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1 16/08/2017 00:38

Não é de hoje que a política brasileira dá demonstração de que não respeita o eleitor, seja em que nível represente – municipal, estadual ou federal –, pouco se importando com o feedback dado pelo eleitor. Ele tem segurança que não é fiscalizado e poucos são os eleitores que lembram em qual candidato votou, muito menos o que ele faz no parlamento ou no executivo.

Infelizmente, é assim que a banda toca, com o nível de desinformação beneficiando o infrator, como sempre acontece, e quanto mais longe do eleitor, maior a facilidade de enganá-lo. Não é à toa que se lembram de que representa o eleitor, no caso do deputado, somente na hora de pedir o voto, com mil e uma promessas.

Constantemente lemos, vemos e ouvimos na imprensa o deputado se defendendo dos gastos com passagens aérea, envio de correspondências e combustíveis, como uma premissa de ouvir o seu eleitor. Nunca antes, agora e nem depois na história desse país, político algum se preocupou em ouvir que o elegeu, depositando o voto nas urnas, seja a manual ou eletrônica.

Pelo contrário, suas viagens às bases eleitorais – capital e interior – tem apenas como objetivo o encontro com seus cabos eleitorais, seja para justificar o que não pode ou deixou de fazer, como as promessas para o futuro. E isso acontece com os parlamentares de todos os partidos, já que após a derrubada do muro de Berlim e os oito anos de Lula as ideologias políticas foram para o espaço, tal e qual o foguete Sputnik levava seus satélites à órbita celeste.

Como diz a Lei de Murphy: “se alguma coisa pode dar errado, dará, e mais, dará errado da pior maneira”, pouco se preocupam com o país, pois a tendência é que um escândalo termine por encobrir o outro. Pelo que se sabe, em Brasília tudo é combinado, inclusive a raiva nos microfones e câmeras, miséria pouca para esses senhores é besteira.

E assim vamos caminhando para o caos, pois nossos governantes mudam de ideia logo que sentam na poltrona do poder, embutindo um discurso bem diferente daquele dito nos palanques. Planejamento se transforma em coisa de somenos importância e o que vale é gastar. Isto mesmo, gastar, nada de investir dentro dos princípios da razoabilidade.

A Lei de Responsabilidade Fiscal virou um empecilho para se governar, como disse Lula que foi eleito falando mal dos governantes atual e passado, prometendo o fazer do Brasil um paraíso. Não fez, pelo contrário, liderou a maior corrupção já vista no país desde os tempos imperiais – da época do descobrimento aos dias de hoje.

Com a gerentona Dilma não tivemos maior sorte e tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes, afundando ainda mais nossa economia e a política de Estado. O que interessava aos ocupantes de plantão não era o Brasil e sim o Partido dos Trabalhadores e coligados, até que a Polícia Federal e o Ministério Público tomassem as providências moralizadoras juntos com a Justiça.

Mas quando o óbulo é grande até o santo desconfia, não tivemos a sorte de colocar o país nos trilhos com seu substituto, o vice Temer, que antes os petistas andavam com ele a tiracolo e que hoje execram. Tentam, mais uma vez, enganar aos incautos de que não foram eles quem o colocaram no Palácio do Jaburu, local considerado azarento e até nefasto.

Se Dilma afundou o país, Temer, ao que parece, quer jogar uma pá de cal, para que em pouco tempo não existam lembranças do “de cujos” e nem tenhamos lembrança. Ainda não cumpriu o intento pelo simples fato da consolidação e maturidade dos que pilotam a economia, fazendo com que a política se restrinja aos palácios de Brasília.

Mas ainda não sabemos até quando poderemos ter a economia descolada da política, caso os rombos no orçamento da União persistam e em valores cada vez mais ascendentes, sem o cumprimento das metas como se fôssemos uma republiqueta qualquer. Temos que abrir os olhos para evitarmos as açodadas propostas, nas quais os velhos enganadores se apresentam como os salvadores da pátria.

Já os novos são sempre opções, mas que têm que ser analisadas, estudadas e diagnosticadas para que não se contaminem e que seus tumores internos possam ficar em estado de putrefação. Os poderosos podres são por demais conhecidos, o que se espera é os novos não adquiram as células cancerosas da corrupção, dando continuidade aos podres poderes.

Radialista, jornalista e advogado.


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 Penso Assim - por Walmir Rosário 






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