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1 28/02/2020 17:20

O Ministério da Saúde atualizou para nove o número de casos suspeitos de coronavírus na Bahia. A informação foi divulgada no fim da tarde desta sexta (28). Além dos nove, outros quatro casos que haviam sido notificados foram considerados descartados pelo ministério. Ao todo, o país tem 182 casos suspeitos e apenas um confirmado em São Paulo. 

Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), até as 10h desta sexta-feira (28), o estado contava com oito casos suspeitos em análise laboratorial, sendo quatro em Salvador, três em Feira de Santana e um em Itabuna.

"Metade dos casos suspeitos que foram descartados ontem (28) apontavam para H1N1, e isso é uma notícia ruim pois esse vírus, assim como o influenza B, H3N2, é muito mais letal que o coronavírus e tem um potencial maior de evoluir para uma pneumonia", apontou o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas.
 
Apesar da baixa taxa de mortalidade do novo vírus, que é de 1,5% em casos fora da China, o secretário diz não negligenciá-lo e garante que a Bahia está pronta para agir na possibilidade de um caso confirmado no estado.

"É um vírus novo e as pessoas não tem um sistema imune desenvolvido ainda para ele, que tem um potencial para morte - apesar de pequeno. Mas é bom ressaltar que é mais um 'vírus de gripe' como vários outros. As pessoas não precisam entrar em pânico. Ninguém pega o coronavírus e está condenado a morte. A maioria irá se curar naturalmente sem apresentar grandes problemas", aponta.

Mesmo sem casos confirmados na Bahia, existe uma estrutura disponível para atender possíveis ocorrências. A partir do momento que há uma suspeita, o sistema de saúde – seja público ou privado – deve comunicar à Sesab. Depois, técnicos de saúde coletam amostras e enviam para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). 

Lá, há estrutura para o chamado teste ‘multiplex’, que analisa 21 tipos de vírus respiratórios em uma única rodada na máquina. Em no máximo três horas, é possível confirmar se uma pessoa tem qualquer um desses 21 tipos de vírus. A Sesab tem 12 dessas máquinas – que são as mesmas que a da Universidade Federal da Bahia (Ufba). 

A Ufba, porém, através do Laboratório de Virologia, já conseguiu comprar a amostra de DNA do novo coronavírus. “Eles compraram há duas semanas, nos Estados Unidos. Nós já compramos e estamos aguardando a nossa chegar, o que deve acontecer na próxima semana. Por enquanto, a Ufba está nos emprestando a deles”, explicou o secretário. 

Cada rodada desse teste custa R$ 1.200. No entanto, o coronavírus não será testado de imediato. O teste para a doença só vai acontecer depois que a análise for negativa para os outros 21 tipos – que inclui H1N1, H3N2 e Influenza B. 

Caso algum caso seja confirmado e precise de isolamento, há 30 leitos especiais no Hospital Couto Maia que têm pressão negativa. Ou seja: o ar não sai do quarto. No interior, os hospitais que têm Unidade de Terapia Intensiva foram destacados para receber as situações mais graves. 

O principal ainda é ter agilidade. Segundo Vilas Boas, entre a comunicação das suspeitas e o descarte delas, o tempo tem variado entre 24 e 48 horas.

“Isso inclui mandar automóvel, mandar avião para o paciente, o que for preciso. Porque, nesse momento, é muito importante deixar a população mais tranquila e fazer o diagnóstico precoce de que não é coronavírus”. 

A partir de março, a partir de reuniões com entidades como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomercio-BA), a Sesab vai começar a fazer inspeções em estabelecimentos comerciais. Aqueles que não disponibilizarem álcool em gel devem ser notificados e, posteriormente, até multados. 

Disponibilizar álcool em gel nesses locais é obrigatório na Bahia devido a uma lei aprovada em 2017. Quem não cumprir a medida pode ter que pagar uma multa diária de R$ 55. 

Para a população, a recomendação é usar o próprio álcool gel ou lavar sempre as mãos. “As pessoas também precisam aprender a tossir e a espirrar. A gente vê as pessoas tossindo sem proteger a mão. Tem que tossir usando o cotovelo e não a mão. Grávidas, idosos e crianças devem evitar ambientes com pessoas tossindo ou espirrando. Se você está num ambiente com uma pessoa assim e não pode deixar de trabalhar, essa pessoa deve usar a máscara”, orientou o secretário. 

Entenda as diferenças e os sintomas de cada uma das doenças:

Coronavírus – febre muito frequente (pode passar dos 38°C), tosse muito frequente; coriza está presente nos primeiros dias, porém não é muito frequente; dor de garganta pouco frequente; dor de cabeça de leve a moderada; presença de dores no corpo; diarreia ocorre raramente; falta de ar a partir do 6º ou 7º dia.

Resfriado comum – febre pouco frequente; tosse pouco frequente; coriza muito frequente e abundante; dor de garganta de leve intensidade; dor de cabeça não é comum; ausência de dores no corpo; diarreia de forma rara; ausência de falta de ar.

H1N1 (gripe) – febre que geralmente vai até 38°C, tosse presente (mas não tanto quanto no coronavírus e nem tão pouco quanto no resfriado); coriza (não tanto quanto no resfriado); dor de garganta frequente e de moderada intensidade; dor de cabeça com pouca intensidade; presença de dores no corpo; possibilidade de diarreia; falta de ar apenas em casos raros. 

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