Notícias

Era pra ser mais um domingo tranquilo na cidade de Canavieiras, mas a pacata cidade litorânea distante 425 KM da capital viveu um dia exatamente oposto ao costumeiro.

O assassinato com requintes de crueldade do técnico de enfermagem e mototaxista Ricardo Santiago dos Santos de 32 anos, encontrado morto amarrado e com perfuração à bala na última sexta-feira (24), nas imediações da Ilha do Gado, no Bairro Cidade Nova, gerou uma série de protestos pela cidade desde a manhã de sábado (24), quando mototaxistas realizaram um buzinaço e logo em seguida queimaram pneus na entrada da cidade e fizeram também uma manifestação em frente a delegacia de Policia Civil.

Já na manhã deste domingo logo após a Rádio Costa Sul FM, 99,3 noticiar em primeira mão que os policiais civis de Canavieiras através do chefe de investigações, Marcius Vinicius e dos agentes Pedro Mueller e Rafael Santos apresentaram de madrugada na 7ª COORPIN de Ilhéus o menor de iniciais D.P.C de 15 anos acusado de ter cometido o latrocínio que vitimou Ricardo Santos, e informar que outro suspeito conhecido como “Negueba” estaria refugiado em uma casa na rua Benjamim Constant no centro da cidade, populares começaram a se aglomerar gerando um verdadeiro mar de gente na tentativa de linchar o menor acusado de ser cumplice no crime. A Polícia Militar (PM), que estava no local tentou conduzir o menor até a cidade de Ilhéus, porém a população exaltada e inconformada não permitiu que os policiais saíssem da casa; foi preciso pedir reforço da Tropa de Choque, Corpo de Bombeiros, e Polícia Rodoviária Estadual para garantir a integridade da população e do acusado.

O reforço policial teve dificuldade para chegar até o local da manifestação, pois populares derrubaram vários pés de eucalipto e queimaram pneus fazendo uma barricada na entrada da cidade também como forma de protesto. O Major PM Airton Filho comandante da 71ª CIPM a todo instante pedia calma à população e orientava os seus comandados a avançar, mas de forma que ninguém ficasse ferido com a ação da polícia.

Quando o Batalhão de Choque conseguiu furar o bloqueio e chegar até o local onde o menor estava, uma confusão se formou e foi preciso o uso de bomba de efeito moral para dispersar a população que reagiu arremessando pedras contra os policiais.

A viatura com o menor saiu rapidamente, mas a confusão aumentou. No terminal rodoviário da cidade que foi parcialmente destruído, um ônibus foi incendiado e alguns estabelecimentos depredados por manifestantes com os rostos cobertos. A PM tentou controlar a confusão que durou o dia inteiro e terminou por volta de 20h com a prisão de alguns baderneiros.

Hudson Moura

DRT: 6324