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1 14/04/2021 09:13

Por contra de uma possível terceira onda do novo coronavírus na Bahia, ao menos dez cidades baianas que fazem o tradicional São João já cancelaram a festa. Os municípios que se adiantaram foram Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Cachoeira, Senhor do Bonfim, Jaguarari, Itaberaba, Ipiaú, Camaçari, Mata São João e Euclides da Cunha.  

Cruz das Almas e outras seis cidades ainda não definiram se irão cancelar, mas tudo indica que o arrasta-pé tenha que esperar 2022. As prefeituras ainda indecisas são as de Piritiba, Ipirá, Irecê, Juazeiro, Mucugê e Ibicuí. Alguns ainda têm alguma esperança de que o cenário pandêmico possa melhorar até junho. Outros, porém, aguardam um posicionamento do governo do estado.  

Em Amargosa, o prefeito Júlio Pinheiro já definiu que não haverá São João. Ele dialoga com outras 11 cidades da Bahia para fazer um anúncio coletivo, como ocorreu no ano passado. “A situação sanitária tem se agravado nas últimas semanas, o que impossibilita totalmente os municípios de realizarem a festa por conta da aglomeração que gera, ao passo que a vacina não tem chegado aos municípios na mesma proporção que precisava”, explica Pinheiro.  

Se houvesse uma boa percentagem da população vacinada, ele acredita que a festa poderia acontecer – o que não é o caso porque Amargosa só imunizou 5.434 pessoas com a primeira dose, de acordo com o boletim de anteontem. Com população de 37 mil habitantes, esse quantitativo corresponde a 14,7% do total de moradores. “Os estudos apontam que se 70% da população estiver vacinada, já garante imunidade coletiva, então se tivéssemos esse percentual, muito provavelmente teríamos festa, mas a vacinação vem sendo interrompida toda semana por falta do principal insumo, que é a vacina”, sinaliza.  

A cidade deixa de ganhar pelo menos R$ 20 milhões em arrecadação de impostos com o cancelamento. “O São João para Amargosa é a principal data da economia, mais importante que o Natal, porque circula muito dinheiro, ajuda a cidade a aumentar seu PIB [Produto Interno Bruto], a arrecadação do comércio, o aluguel de casas, e tudo isso sofrerá impacto”, lamenta o prefeito. Durante os cinco dias de festa, a população chega a triplicar - são pelo menos 50 mil turistas por dia. A cidade registra, até então, 1.969 casos confirmados da covid-19, com 1.861 recuperados e 41 óbitos.

Das dez cidades que confirmaram o cancelamento da festa junina até o momento , Itaberaba e Cachoeira estudam a possibilidade de realizar um evento on-line para não deixar o evento passar despercebido.

Vacinação lenta faz esperança ser pequena

Algumas cidades baianas têm o mínimo de esperança na realização do São João. Em Cruz das Almas, o desejo é que possa existir a festa se a vacinação avançar. “Estamos seguindo os decretos publicados pelo governo do estado e as orientações do Ministério Público. Queríamos muito que a vacina chegasse para todos e, assim, pudéssemos fazer uma programação para o São João. Mas, infelizmente, essa realidade está um pouco distante, mas sempre existe a esperança da vacina e, quem sabe, o retorno dos eventos”, pondera o secretário de Relações Institucionais de Cruz das Almas, Márcio Marques.  

A tendência é que não ocorra, mesmo que haja possibilidade, por conta dos preparativos. “É praticamente inviável fazer um evento desse porte em tão pouco tempo. Já estamos quase chegando no mês de maio e o São João de cada ano é planejadoquando o do ano anterior termina. Em janeiro, começam todos os preparativos, principalmente com a ornamentação. O prefeito Ednaldo Ribeiro sabe da importância da festa, principalmente para o comércio e o aquecimento da economia, mas o pensamento agora é apenas em cuidar e salvar vidas”, explica Marques. A cidade, que tem 63 mil habitantes, registrou, até agora, 3.964 casos confirmados de covid-19 e 45 óbitos. Ao todo, são 7.453 vacinados contra a doença, entre primeira e segunda doses.  

‘Pouco provável’, diz governador Rui Costa sobre festa

O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou que é pouco provável a realização das festas de São João no estado no mês de junho. De acordo com ele, é praticamente impossível que a maior parte da população esteja vacinada até os festejos. 

“Mesmo que cheguem em junho as 10 milhões de doses da vacina Sputnik V, que é o nosso desejo e estamos trabalhando para isso, são necessárias duas doses para conseguir a imunização. Desta forma, na melhor das hipóteses, só teríamos um maior número de imunizados no final de julho. Por isso, não vejo horizonte para a realização da festa de São João, pelo menos na data tradicional, que é o mês de junho”, explicou o governador em nota enviada pela secretaria de comunicação do governo. A vacina russa, vale lembrar, ainda não foi liberada para uso no Brasil.  *As informações são do Correio

 
 

 







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