A descoberta foi publicada na revista científica Phytotaxa na última quinta-feira (6)
Pesquisadores botânicos descobriram uma nova espécie de bromélia, denominada Vriesea serraourensis, durante uma expedição nos Morros do Ouro e da Torre, na Chapada Diamantina. A descoberta foi publicada na revista científica Phytotaxa na última quinta-feira (6).
A expedição integrou o Programa Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies) do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), no âmbito do Plano de Ação Territorial (PAT) Chapada Diamantina-Serra da Jiboia. Coordenado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o plano visa proteger 27 espécies-alvo, incluindo 24 da flora e 3 da fauna, em uma área de aproximadamente 3,9 milhões de hectares que abrange 56 municípios.
A Vriesea serraourensis foi encontrada em janeiro de 2022 em campos rupestres nos Morros do Ouro e da Torre, na divisa entre Barra da Estiva e Ituaçu. A planta cresce em solos rasos sobre rochas de quartzito e pode atingir de 160 a 220 cm de altura, com folhas longas de 45 a 55 cm. Suas flores noturnas exalam um odor semelhante ao de alho, sugerindo polinização por morcegos.
Everton Hilo, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e coautor do artigo, relatou que a descoberta ocorreu durante coletas de espécies ameaçadas no PAT. Inicialmente, a espécie foi classificada no gênero Vriesea, mas estudos posteriores confirmaram tratar-se de uma nova espécie, batizada em homenagem ao morro onde foi encontrada.
Apesar da descoberta, a Vriesea serraourensis já é considerada criticamente ameaçada de extinção pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). A espécie ocupa uma área inferior a 4 km² e enfrenta ameaças como incêndios, expansão agrícola, invasão de gramíneas exóticas e turismo desordenado. A descoberta destaca a importância de projetos de pesquisa e conservação para preservar a biodiversidade em ecossistemas frágeis. A colaboração entre pesquisadores, órgãos governamentais como Sema e Inema, e a comunidade é essencial para proteger a rica biodiversidade da Chapada Diamantina.
Da Redação CSFM