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Entre os itens que mais pressionaram o orçamento dos consumidores está o café moído, que teve alta acumulada de 80,20% nos últimos 12 meses.
Os gastos das famílias brasileiras com alimentação e bebidas voltaram a subir em abril, mantendo uma trajetória de alta por oito meses consecutivos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo Alimentação e Bebidas acumulou elevação de 7,81% nos 12 meses encerrados em abril, contribuindo com 1,68 ponto percentual para a inflação de 5,53% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período.
Entre os itens que mais pressionaram o orçamento dos consumidores está o café moído, que teve alta acumulada de 80,20% nos últimos 12 meses — a maior variação registrada desde o início do Plano Real, em julho de 1994. As carnes subiram 22,24%, enquanto leites e derivados tiveram elevação de 9,90%, e os ovos de galinha aumentaram 16,74%.
De acordo com o pesquisador André Almeida Gonçalves, do IBGE, fatores climáticos e oscilações no câmbio explicam parte da alta. “Os alimentos oferecem uma pressão no índice por conta de questões climáticas que afetam a cultura. Alguns são commodities e podem ter efeito do dólar, como trigo. Outros são afetados pelo clima, como o tomate”, explicou Gonçalves.
Apesar da alta, houve uma leve desaceleração no grupo. A inflação de alimentos e bebidas passou de 1,17% em março para 0,82% em abril, impactando em 0,18 ponto percentual o IPCA do mês. “Subiu menos, mas continua sendo o maior impacto no índice do mês”, afirmou o pesquisador.
A alimentação no domicílio subiu 0,83% em abril, com destaque para a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%) e o café moído (4,48%). Já a cenoura (-10,40%), o arroz (-4,19%) e as frutas (-0,59%) registraram queda nos preços. A alimentação fora do domicílio avançou 0,80%, puxada pelo lanche (1,38%) e pela refeição (0,48%).
O impacto da inflação de alimentos é sentido em todo o país, incluindo a Bahia, onde consumidores têm relatado dificuldade em manter o orçamento com os aumentos nos preços dos itens básicos da alimentação.
Da Redação CSFM
