Presidente brasileiro pediu retirada de sobretaxas e sanções; líderes afirmam boa “química” e planejam novo encontro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por cerca de 30 minutos na manhã desta segunda-feira (6), em uma videochamada mantida sob sigilo até o momento do encontro. A pauta principal foi a política de tarifas impostas por Washington a produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades do país.
Segundo o Palácio do Planalto, o diálogo foi amistoso e considerado uma oportunidade para “restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”. Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos nacionais e das medidas restritivas contra autoridades brasileiras.
A reunião, descrita por integrantes dos dois governos como cordial e produtiva, marcou a reabertura de canais diretos entre Brasília e Washington após um período de tensão. O encontro foi acompanhado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Celso Amorim (assessor especial da Presidência).
Fontes ouvidas pela CNN relataram que a conversa transcorreu em clima de respeito, sem trocas de acusações ou menções diretas a figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro ou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Em tom descontraído, Lula afirmou que “não tem inimigos”, ao que Trump respondeu: “Eu tenho”.
Durante o telefonema, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as tratativas técnicas com o governo brasileiro. Ambos os líderes também mencionaram a “boa química” estabelecida durante o encontro que tiveram em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, no fim de setembro.
Entre as possibilidades de novos encontros, foram citadas a Cúpula da ASEAN, na Malásia, e a COP30, que será realizada em Belém (PA). Lula reiterou o convite para que Trump participe do evento climático e disse estar disposto a visitar os Estados Unidos para avançar nas negociações comerciais.
O ministro Fernando Haddad classificou a reunião como “positiva” e afirmou que o diálogo representa um passo importante para destravar as discussões tarifárias entre os dois países.
A avaliação no governo brasileiro é que a conversa marca o início de uma nova fase nas relações bilaterais, com potencial para ampliar o comércio e reduzir tensões diplomáticas.
Enquanto isso, no cenário interno, o favoritismo de Lula nas pesquisas para 2026 e a atual expansão de gastos do governo reacendem o debate fiscal. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem dito a aliados que o próximo presidente — seja ele quem for — enfrentará um forte ajuste fiscal em 2027, citando a alta da dívida pública como um desafio inevitável.
Redação: Vale FM



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