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1 08/10/2025 14:21

Estudos revelam o uso de Inteligência Artificial na prática do crime!

A Bahia ocupa a terceira posição entre os estados com mais vítimas de deepfakes (aprendizagem profunda e falsa em inglês) sexuais em escolas, segundo a ONG SaferNet Brasil. O levantamento, feito com base no estudo “Uso indevido de IA generativa: perspectivas sobre riscos e danos centradas nas crianças”, aponta 17 casos registrados no estado nos últimos três anos — atrás apenas de São Paulo (37) e Rio Grande do Sul (16).

Os episódios envolvem o uso de inteligência artificial para criar ou manipular imagens pornográficas falsas de adolescentes. Na Bahia, os autores ainda não foram identificados. Um dos casos mais graves aconteceu há cerca de um ano, quando imagens adulteradas de alunas do Colégio Militar de Salvador circularam nas redes sociais, gerando grande repercussão.

Especialistas alertam que a falta de orientação e o uso irresponsável das novas tecnologias aumentam esse tipo de crime.
A advogada Tamíride Monteiro, especialista em Direito Digital, explica que “crianças e adolescentes estão mais expostos ao cyberbullying e a práticas criminosas, sem compreender plenamente os riscos dessas ferramentas”. Já o advogado Diogo Gabriel Lima, especialista em Cibercrimes, afirma que muitos jovens fazem esse tipo de conteúdo “como brincadeira”, sem perceber que estão cometendo um crime.

A legislação brasileira ainda tenta acompanhar a evolução dos crimes digitais. A Lei 13.718/18 pune a divulgação de cenas íntimas sem consentimento, e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe qualquer simulação envolvendo menores. Recentemente, a Lei nº 15.123/2025 criou agravantes para crimes de violência psicológica cometidos com o uso de IA. No Congresso, tramitam projetos de lei que pretendem tipificar o uso de deepfakes e endurecer as punições para quem produz e compartilha esse tipo de material.

Enquanto o Brasil ainda busca leis mais específicas, especialistas recomendam medidas preventivas. Pais e responsáveis devem monitorar o uso da internet, conversar com os filhos sobre privacidade digital e registrar boletim de ocorrência em caso de crime.

O Comitê Gestor da Internet (CGI.br) também reforça que é urgente criar políticas públicas que protejam crianças e adolescentes do uso indevido de inteligência artificial.

A Bahia, infelizmente, já figura entre os estados com mais vítimas desse tipo de crime — um alerta para escolas, famílias e autoridades sobre os riscos reais das novas tecnologias.

Fonte: Redação Vale FM







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